Brasil: BRS F21, a nova batata da Embrapa para a indústria de snacks
O setor de bataticultura brasileiro celebra um novo marco tecnológico com a chegada da BRS F21, a Braschips.
Desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa, essa cultivar nasce com uma missão clara: elevar o padrão de qualidade da batata-palha e dos chips produzidos no Brasil, oferecendo ao produtor uma alternativa nacional altamente competitiva frente às variedades importadas.
A novidade promete revolucionar o setor ao equilibrar duas frentes essenciais: a alta eficiência produtiva para o agricultor e a qualidade superior para o consumidor final.
Qualidade Superior: Chips mais Crocantes e Claros
O grande diferencial da Braschips reside na sua composição físico-química. De acordo com o pesquisador Giovani Olegário, da Embrapa Hortaliças, a cultivar associa dois fatores fundamentais para a fritura perfeita:
- Alta Matéria Seca: Significa que os tubérculos possuem menos água, o que resulta em chips e batata-palha muito mais crocantes e sequinhos.
- Baixo Teor de Açúcares: Evita a caramelização (escurecimento) precoce durante a fritura, garantindo que o produto final mantenha a cor clara e uniforme exigida pelos consumidores.
- Ausência de Defeitos: A BRS F21 apresenta baixa incidência de manchas internas e rachaduras, o que minimiza o desperdício durante o processamento industrial.
Desempenho no Campo: Produtividade e Estabilidade
Para o agricultor, a Braschips foca na rentabilidade. A cultivar demonstrou potencial para superar as principais variedades concorrentes em termos de volume de colheita e estabilidade de desempenho.
Embora possua um ciclo de produção um pouco mais longo, essa característica é estratégica, pois assegura um maior acúmulo de amido nos tubérculos. A Embrapa destaca que a cultivar se adapta bem às principais regiões produtoras, com destaque para o Triângulo Mineiro, polo essencial para o fornecimento às agroindústrias.
O Fim do Problema com o Vírus PVY
Um dos maiores avanços da BRS F21 é sua resistência ao vírus PVY. Conhecido como “mosaico”, este vírus causa o enfraquecimento das plantas e é o principal responsável pela degeneração das sementes no Brasil.
- A resistência nativa da Braschips permite que a planta mantenha seu vigor por mais ciclos de produção.
- Além do vírus PVY, a cultivar mostrou bons níveis de resistência a doenças foliares graves, como a requeima e a pinta preta, comuns nas regiões Sul do país.
Dicas de Manejo para o Produtor
Para extrair o máximo potencial da Braschips, a Embrapa recomenda atenção especial ao momento da colheita. O monitoramento da matéria seca é essencial, sendo a dessecação uma etapa crucial: deve-se respeitar um intervalo de aproximadamente 10 dias após a dessecação para que ocorra a conversão ideal de açúcares em amido, garantindo a cor clara dos chips.
Impacto no Mercado Nacional
Atualmente, a indústria brasileira de batata processada depende de poucas variedades, muitas vezes desenvolvidas para climas diferentes do nosso. O lançamento da Embrapa oferece uma alternativa nacional, adaptada às condições de solo e clima do Brasil, o que pode reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e fortalecer a soberania do agronegócio nacional.
O lançamento da BRS F21 Braschips é um marco para a cadeia produtiva da batata. Com foco em resistência, produtividade e qualidade sensorial, ela atende desde o campo até a mesa do consumidor.
Fuente: abbin.org




