Brasil: Colheita de cebola em Santa Catarina chega ao fim

A safra 2024/25 de Ituporanga e Lebon Régis (SC) deve ser concluída nas próximas semanas. Mesmo com um volume considerável restante (cerca de 15%) da temporada, a baixa qualidade dos bulbos limitará sua comercialização por um longo período. Ainda assim, os produtores catarinenses se beneficiaram da redução do fluxo de cebolas argentinas. Ou seja, compradores que antes optavam por empresas estrangeiras agora estão direcionando mais pedidos para Santa Catarina.

Na Argentina, as chuvas ao longo de abril não só limitaram a retirada de cebolas dos campos para processamento em armazéns, mas também a logística até o porto. Além disso, os feriados das últimas semanas e este 1º de maio também desaceleraram a atividade alfandegária, reduzindo ainda mais a entrada de produtos estrangeiros no Brasil. No entanto, é importante destacar que, mesmo com o aumento da demanda pelos produtos catarinenses, os níveis atuais de preços estão abaixo do ideal, diante de uma safra com prejuízos.

O preço médio pago ao produtor pela cebola roxa em Ituporanga entre 24 de novembro e 25 de abril foi de R$ 1,35/kg, quase 66% menor que a média do mesmo período do ano passado — que teve preços excelentes devido à quebra da safra. Em outras palavras, o cenário 2024/25 foi completamente oposto ao de 2023/24. Enquanto a fraca colheita da safra passada na região Sul elevou os preços, chegando a R$ 5,00/kg no campo, nesta temporada os preços permaneceram abaixo ou iguais ao custo durante toda a campanha.

A expectativa inicial era de que os produtos armazenados pudessem ser vendidos até meados de junho, mas as altas temperaturas entre fevereiro e março de 2025 reduziram a vida útil, aumentando a ocorrência de mofo e podridão nos estoques. Diante desse cenário, os produtores estão desanimados e atualmente preveem reduções significativas nos investimentos para o ciclo 2025/26.