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Latam 23/05/2021

Brasil: Mais produtiva e em diversas cores, batata-inglesa ganha a região de Rio Preto

Mais produtiva e com materiais genéticos biofortificados, a batata-inglesa ganhou novas cores e adaptabilidade para ser cultivada em regiões de clima quente, como em plantações da região Noroeste Paulista.

É o que revela estudo sobre o programa de melhoramento genético de tubérculos, que vem sendo pesquisado pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Nesta semana, um grupo de agricultores recebeu as sementes para dar continuidade aos plantios iniciados há três anos como parte dos experimentos de cultivares de batata-inglesa do IAC, em propriedades rurais de Rio Preto e de outras oito cidades da região.

Pesquisador do instituto, Sebastião de Lima Júnior, explica que os estudos com clones para testar a aptidão da cultura em regiões de clima mais quente estão em níveis avançados. "A batata é originária da cordilheira dos Andes, em países da América do Sul como o Peru, onde o clima é frio. Porém, o tubérculo foi bem adaptado para climas subtropicais, como o Brasil", diz o pesquisador. Ele lembra que a bataticultura tem potencial comercial em locais de temperaturas mais elevadas, sendo a região de Rio Preto, de clima quente, escolhida para avaliar a adaptabilidade do alimento.

As batatas coloridas também são mais produtivas, segundo o pesquisador, e podem ser mais uma opção para os produtores rurais diversificarem as lavouras. As novas variedades mostraram manejo de pouco uso para defensivos agrícolas, sendo mais resistentes a doenças e pragas. "As novas variedades mostraram redução de 50% no uso de defensivos e apresentaram produtividade que se aproxima de 40 toneladas por hectare", destaca.

Estão em estudo mais de 25 variedades, como as que possuem coloração roxa, a de casca vermelha, as de polpa amarela, entre outras. Por possuir baixo teor de material seco, as novas variedades se diferenciam das batatas comercialmente conhecidas como monalisa e ágata, que possuem mais água. "São mais atrativas em termos culinários e também são ideais para serem fritas, justamente por possuírem menos água".

Além de chamar a atenção com a diversificação de cores em pratos culinários, Sebastião explica que alguns dos materiais genéticos destas cultivares são chamados biofortificados por possuírem valores nutricionais, como vitaminas e betacarotenos (pigmentos naturais dos alimentos). "No IAC também há a pesquisa com a batata-doce de polpa alaranjada, semelhante aos experimentos que realizamos com a batata-inglesa, com boa aceitação no mercado", afirma o pesquisador.

Os clones das batatas roxas (350.1), que possuem casca e polpa roxas e a de cor avermelhada (180.7), com polpa de tom creme, devem receber o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2022. "A batata de cor roxa é precoce, com ciclo mais rápido, entre 100 a 120 dias, dependendo da região onde está sendo cultivada. São materiais genéticos diferentes, que nós estamos apostando por apresentarem tonalidades diferentes. Após as batatas coloridas serem cozidas ou fritas, se destacam aos olhos do consumidor, dando uma beleza ao prato", finalizou o pesquisador.

Produção

De acordo com o engenheiro agrônomo, Andrey Vetorelli Borges, da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) de Rio Preto, o projeto desenvolvido para o plantio das novas variedades de batatas de melhoramento genético ainda inédito no País, com cultivo em cidades do noroeste paulista, é uma parceria entre o IAC, de Campinas, a CDRS e o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar). Um grupo de 17 agricultores que cultiva alimentos naturais e orgânicos se interessou pelo projeto e recebeu as sementes das batatas-inglesas para experimentos em suas propriedades.

As sementes - que são as próprias batatas a serem plantadas, chegaram e estão alojadas no Sindicato Rural de Rio Preto, onde também funciona a sede do Senar. "São produtores rurais com propriedades, além de Rio Preto, em Potirendaba, Ipiguá, Mirassolândia, Nova Aliança, Mirassol, Nova Granada e Nhandeara. Eles queriam diversificar os alimentos que produzem e se organizaram para receber os materiais do IAC".

Andrey afirma que os produtores rurais que plantaram os clones coloridos do IAC, já há três anos, ficaram muito satisfeitos com o resultado da colheita de batata colorida. "É importante destacar que o projeto está aberto para todos os agricultores interessados, sendo mais uma opção de renda para a propriedade destes produtores na região". O projeto também contribuiu para a compra de sementes de batata da variedade ágata, atualmente o tipo mais cultivada para o comércio.

"O clima a partir do mês de maio, com temperatura mais amena à noite, é ideal para o plantio da batata, por isso orientamos o plantio. E ainda avaliamos que a região não tem muitos produtores que cultivam o tubérculo. Temos que apostar nestas culturas, como aconteceu com a soja, com a seringueira e com o cacau, que são produtos de grande cultivo em outros estados brasileiros e que deram muito certo na nossa região", diz Andrey.

O IAC fez a doação de sementes das novas cultivares de batata aos produtores, que são adaptadas para o clima quente da região de Rio Preto, "com características de cores, sabores e valores nutricionais diferentes das tradicionais".

O produtor de hortifrútis orgânicos Edge Donizete Rodante, de Nhandeara, fez o plantio da batata-inglesa de cor roxa e aprovou o produto. Este ano ele já preparou a terra para o plantio de novas sementes de batata e acredita na perspectiva de mercado para as novas cultivares do IAC. "Plantei bem pouco de batata da cor roxa, mas achei interessante. O sabor não é tão diferente da batata convencional, mas a cor dá beleza ao prato", diz o produtor. Já a batata ágata, Edge planta há três anos e disse que também é muito produtiva, e que deve plantar em torno de 2 mil quilos desta variedade nos próximos dias, aproveitando a temperatura mais baixa.

A batata-inglesa de coloração roxa tem um diferencial de ser mais crocante, tanto para a salada como para o preparo em fritura, de acordo com o agricultor Fernando Silva. No sítio de Mirassolândia, Fernando cultiva apenas alimentos naturais, e também fez o plantio das sementes de batata doadas pelo IAC. Ele ressaltou o valor nutricional que as batatas de cores variadas podem proporcionar, uma experiência que já tem com o plantio de tomates de diferentes cores.

Fuente: diariodaregiao.com.br


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