Brasil: Colheita da batata em Palmas atinge 50% da área plantada

Há pouco mais de 10 anos, os Campos de Palmas pouco conheciam da produção de batata comercial, hoje, a cultura já tem grande representatividade no cenário agrícola do município, com mais de 800 hectares de área cultivada.

Com clico curto (90 dias), a batata semeada em primeira safra, — plantio de outubro até a primeira quinzena de dezembro —, está em fase de colheita. De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural) de Palmas, cerca de 50% da safra já foi colhida e a segunda safra vem se desenvolvendo nos campos palmenses.

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Josemar Bannak, mesmo com área cultivada menor do que na safra 2013/2014, quando nas duas safras foram utilizados 1.150 hectares e colhidos 40.250 toneladas, a safra 2014/2015 com estimativa de área de mil hectares deve ter produtividade maior, já que é esperada a colheita de 40.900 toneladas.

O otimismo de Bannak se confirma pela junção de fatores que envolvem a qualidade do solo de Palmas, — que é considerado propício para o cultivo da planta —, associado às condições climáticas e às chuvas frequentes na    região.

Para Ângelo Hasegawa, tradicional produtor nos municípios de Pinhão, Guarapuava e Campo Mourão, e que há poucos anos migrou para a região dos Campos de Palmas (Palmas e Água Doce - SC), a mais nova região produtora do Paraná permite a busca de uma batata com casca mais clara. “A altitude de Palmas e o clima contribuem muito para a produção, mas o solo permite o cultivo de uma batata de melhor coloração, o que agrega valor”.

Segundo Hasegawa, o preço pago pela saca de 50 kg da batata produzida em Palmas é em média R$ 10 a mais do que nas outras regiões produtoras. “O produtor nunca está satisfeito com o valor pago pela produção, mas o preço deste ano não é ruim”, brinca Hasegawa, que estima colher duas mil sacas (50 kg) por alqueire.

Uma cultura em ascensão Para o diretor da ABBA (Associação Brasileira de Batata), Paulo Roberto Dzierwa, a área de batata para consumo no Brasil, mesmo estabilizada nos últimos anos, vem apresentando acréscimo na produtividade, o que comprova a ascensão da cadeia. “O Brasil saiu de uma média de produtividade de 15 toneladas por hectare dos últimos 20 anos para 40 toneladas por hectare. Isso é muito bom para a cadeia produtiva, mas também para o abastecimento do mercado nacional”, destacou Dzierwa.